Nele eu estava na Vila Belmiro, torcia pelo meu peixe em campo e comemorava um gol.
Começava com Ganso dando um drible desconcertante, tocando de letra para Giovanni, o Messias recebe, da um pequeno toque na bola que ganha uma certa altura, o adversário se aproxima e ele completa um lindo lençol parando a redonda no gramado. Com o pé sobre ela, ele levanta a cabeça e olha pra frente.
Nesse momento um cara com a camisa 7 pede a bola, é Robinho que a recebe muito mais redonda do que a forma que fora concebida, ele a domina e parte pra cima dos zagueiros: uma, duas, três, quatro e lá se vão sete pedaladas, um toque pra dentro da area e um moleque folgado com chuteiras amarelas e cabelo moicano, completa toda aquela pintura com a bola no fundo da rede: gol de Neymar!
Todos eles correm a beira do campo, junto a linha central olham pra cima e comemoram reverenciando um senhor que habita um dos camarotes.
La está o sujeito Edson, aquele que por toda uma vida carregou o mito Pelé nas costas e comemora como um menino, dando socos no ar.
O Rei agradece as reverências e mais do que tudo, agradece a volta dos príncipes guerreiros ao reino, bem como vida longa aos jovens infantes.

De repente eu acordei desse sonho, de repente percebi também, que não era somente um sonho. Era uma realidade anunciada!
Eu não vi Pelé jogar, mas posso ver Pelé comemorar e ser reverenciados por súditos ilustres.
Dizem que coincidências não existem e tudo é obra do destino. Se isso é verdade, muito obrigado ao senhor desse destino que vai me propiciar um marco na historia do futebol mundial, um destino reservado apenas aos nobres, aos reis e por consequência aos seus súditos.
Vou viver e registrar tudo isso ali, sentado em território sagrado, no templo de Vila Belmiro.
Agora compreendo a frase no hino que diz:
“Nascer, viver e no Santos morrer, é um orgulho que nem todos podem ter!”
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(Créditos a @KakoFerreira: Blogueiro do Santos no Globoesporte.com)
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